terça-feira, 20 de setembro de 2011

Laços familiares

 Acordei assustada, com o despertador apitando. Poxa vida, que coisa. Porque não poderia ficar dormindo pra sempre, ou simplesmente desaparecer com o vapor? Assim meus “problemas” iam se resolver, e pronto. Mas acho que não ia conseguir viver sem a família e o Dani. 
Um dia normal, escola, casa, estudar e Dani.
Quando voltei da escola, durante o almoço, comecei a pensar no meu bff , será que estávamos  confundindo esta amizade com outra coisa? Na verdade a nossa amizade não era mais amizade, era um sentimento forte, algo sério. Não conseguíamos deixar de nos ver por dois dias, isso era estranho. Estava gostando dele? Não é possível, ele sempre foi o meu quase-irmão.
Passei a tarde estudando, estava em semana de provas, e tinha que me sair muito bem no exame de matemática. Foi quando comecei a relembrar daquele sonho no qual estava no País das Maravilhas, com números correndo atrás de mim, o que a matemática não fazia comigo? Nem era tudo isso, mas podia ter seis cabeças.
Estava engordando, mesmo com as minhas 2horas cotidianas de academia, comendo direito, e ainda crescia pros lados, não entendo isso. Então como já estava no fim da tarde, carreguei meu Ipod e fui correr pela praia do Campeche mesmo, era no final da rua, não ia perder a oportunidade. Mas também, me perdia nesse imenso mar, eram tons que não sabia distinguir, azul-verde, e os raios do sol refletindo no mar, pra que mais bonito?
Havia um tempinho que estava correndo, não só por estar um pouco cansada, mas porque já estava ficando escuro, e tinha medo de escuro, ainda mais na praia do Campeche, sim, era perigoso.
Então resolvi voltar pela Pequeno Príncipe, correndo, pois na boca dos barzinhos se não fosse inteligente, poderia acontecer qualquer coisa, vamos combinar, em todo lugar tem alguém para atrapalhar, ou um buraco para tropeçarmos e cairmos.
Faltava só mais um pouco pra chegar na minha rua, quando percebi que estava sendo perseguida, minhas pernas já estavam todas tremulas, o meu rosto, devia estar pálido. Estava
tentando pensar o quanto amava o Dani, e a minha vida, e que não ia acontecer nada de errado agora. Sentia que a coisa estava chegando mais perto. Então coloquei a música A cor do teu olho, do Armandinho, que me acalmava muito, e deixei rolar. Já estava começando a completamente voar, e chorar ao mesmo tempo, sim era muito medrosa e desesperada. Foi quando escutei alguém chamar o meu nome “Alessandra!”.Era a voz do Dani, mas de repente quem, ou o que me chamava sumiu. Se é que não era coisa da minha cabeça.
Finalmente cheguei em casa, tomei um copo de água e tentei me acalmar, relaxando um pouco no sofá, preferia bem mais passar uma hora a mais na academia, do que passar por isso novamente.
 Liguei pro Daniel vir na minha casa, esse era um dos jeitos mais rápidos de voltar ao estado normal de novo. Mas ele não atendia o bendito do celular, nem o telefone fixo. Não me abandone! Então resolvi ligar pra Ana Paula, minha irmã, “Oi, quer vir aqui em casa? Tenho coisas pra te contar”, então disse que já estava a caminho.
Contei tudo, e ela quase teve um treco, ainda mais na região em que moro, minha irmã quase me espancou quando soube que me aventurei andar por aí, nessa hora.
Sim ela era um pouco exagerada, mas de um jeito estranho entendia essa preocupação toda.
Convidei para tomar um café numa padaria perto de minha casa. E colocamos o papo em dia, sentia falta de morar junto dela.
Finalmente tinha arranjado um emprego fixo, era piloto particular, de uma pessoa importante, a qual não lembro o nome. Desde pequena era o sonho dela trabalhar no ramo da aviação.
Com o tempo tudo se resolve uma frase que gostava muito de citar.
Mesmo assim, ainda estava angustiada, queria saber se tinha alguém me espionando, ou se essas coisas estranhas eram coincidências, ou apenas frutos da minha imaginação fértil. 

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