sábado, 10 de dezembro de 2011

A floresta

 
Fui jogada do nada, como se tivesse sido arremessada. Era algo diferente, o destino estava me levando a um lugar como este, pra que? Ainda mais eu, do jeito que sou super medrosa. Tinha que dar um jeito de passar por cima das barreiras, tentando quebrar-las. Estava quase lá, mas faltava alguma coisa... Porque estava sozinha, no escuro. Então corri sem rumo, sem olhar pro chão, a procura de alguém.
Nada.
Já estava ficando nervosa, preocupada, mas isso era típico de mim. Meu coração foi a mil, estava começando a ficar difícil de respirar. Inspira, expira – era o que minha professora de pilates me aconselhava, quando estava muito eufórica, com medo, ansiosa.
Olhei para os lados, e deitei no chão, como uma criança birrenta, e me debulhei no choro. O que me confortava? Apenas o céu, estrelado. Nessas horas pra mim bastava. Percebi que tinham duas florestas, uma de cada lado; na esquerda, uma pequena, meio circular. E a da direita era quatro vezes maior que circulínea, esta era mais comprida, e fina. Se queria explorar-la? É claro!
Fechei os olhos, e deixei-me levar. “Eu sabia que era tudo um sonho, então se ocorresse algo de errado comigo, não teria problema. Eu acho”. Com muito cuidado segui a trilha da floresta da direita, aparentemente parecia ter mais coisas pra explorar, me sentia um Bruno, do livro “O garoto do pijama listado”. Não tinha caído ainda, estranho. Era como se tivesse um potencial atlético, fazia academia, mas apenas para não virar uma bolinha e sair rodando. O medo veio ao meu encontro, estava ficando cada vez mais escuro, não consegui ver o céu repleto de estrelas, ou seja, não tinha nenhuma claridade. As árvores tomavam conta do lugar. Avistei algo azul, senti um cheiro gostoso; de natureza, não sabia explicar. Então me deparei com um grande lago, ele tinha um tom azul estonteante. Isso era possível? Molhei os meus pés no lago esbelto, pois estávamos em pleno verão.
Fiquei um bom tempo refletindo, ao redor do lago, ele me atraía, como se algo estivesse me puxando, e não quisesse me soltar mais. Estranho.  Percebi que tinha algo boiando, de imediato sai do lago. Pois parecia um corpo, não tinha movimento, estava morto? “Como era inocente, é claro que estava morto. Vai ver ele resolveu boiar para sempre! Esta era a minha vontade”.
Corri rumo ao começo da trilha, não queria ficar lá. Na floresta sentia um ar pesado. Mas a sua beleza amenizava um pouco as coisas. Que agonia. Voltei ao local no qual estava deitada, vendo as estrelas, antes de entrar na floresta. E do nada, surgiram outdoors, para ser mais exata eram quatro, todos de mulheres, esbeltas, teve uma até que me lembrou minha irmã, que medo. Outro tinha uma cerca, o que me chamou muito atenção, não só por isso, mas porque era o único que tinham duas mulheres. Queria chegar perto, por que era tão curiosa? Poxa vida. Levei um susto, quase desmaiei quando vi. Atrás de cada outdoor tinha a mulher da foto, detalhe; todas enforcadas.
 Eu era a próxima?

Este texto foi inspirado num sonho que a minha irmã teve.